Buratto Tele oferece consultas a partir de R$ 68; primeira unidade foi instalada dentro de farmácia, em São Paulo
Uma cabine acústica para atendimento médico, que pode ser instalada em locais de fácil acesso, como shopping centers, supermercadose farmácias. Essa é a nova ideia de negócio da empreendedora Cássia Buratto, que também é dona da rede de franquias de coworking médico Buratto Consultórios. O novo modelo de negócio, chamado de Buratto Tele, já nasceu como uma microfranquia e acaba de inaugurar a primeira unidade em uma farmácia no centro de Mauá, na Grande São Paulo. A novidade foi antecipada a Pequenas Empresas & Grandes Negócios.
A empreendedora explica que teve a ideia no começo do ano, quando começou a se perguntar sobre como levar mais atendimento médico de baixo custo para a população, a partir da lei aprovada em caráter emergencial na pandemia, que regulamenta a telemedicina. Os cerca de 250 médicos que já utilizam as sete unidades do Buratto Consultórios, e mais profissionais que estão sendo recrutados por meio de parcerias com empresas de RH médico, poderão se conectar à plataforma para atender os pacientes.
Atualmente, o paciente do Buratto Tele pode agendar a consulta por meio do WhatsApp da unidade, mas o plano é ter um aplicativo próprio. A ideia é que o negócio funcione com uma mecânica parecida com a do Uber: o médico disponível pega o atendimento. As consultas com clínico geral custam R$ 69,80, mas também é possível agendar horários com especialistas. Os pagamentos serão realizados prioritariamente por cartões de débito e crédito, e a consulta só é liberada após a confirmação.
A empreendedora calcula ter investido cerca de R$ 500 mil na concepção do novo negócio. O processo envolveu a produção da própria cabine, a parceria com uma healthtech para desenvolver o sistema próprio interligado ao tablet instalado dentro do espaço e soluções de sanitização, para que o ambiente seja desinfetado após cada uso.
Buratto diz que a inspiração também veio de um movimento que já tem acontecido nos Estados Unidos: varejistas e redes de farmácia, como Walmart, Walgreens e CVS, passaram a oferecer atendimento médico especializado. O Walmart Health, por exemplo, oferece de consultas a exames laboratoriais, em parceria com agentes locais de saúde.
A lei da telemedicina foi aprovada pelo Congresso em abril de 2020, e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, em caráter emergencial, para vigorar durante toda a crise sanitária de covid-19. Uma complementação aprovada em novembro do ano passado permitiu que, após a pandemia, a prática seja regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
Buratto acredita que, mesmo ainda em caráter emergencial, o futuro da telemedicina será próspero. Ela se baseia nos resultados obtidos pelas startups do segmento, por exemplo. Só no último mês de julho, as healthtechs brasileiras captaram US$ 33,1 milhões em cinco aportes, o segundo melhor desempenho do setor de startups, atrás apenas das fintechs.
Além disso, a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), que representa operadoras com mais de 9 milhões de beneficiários, aponta a realização de 4,12 milhões de teleatendimentos desde abril de 2020 até o último mês de julho.
“Acredito que alguns pilares devem sustentar o modelo nos próximos anos: investimentos realizados e ainda previstos no setor para implementar o sistema, a grande aceitação dos pacientes com o novo modelo e a própria comunidade médica que tem aprovado o sistema”, diz a empreendedora.
O investimento total para ter uma unidade do Buratto Tele é a partir de R$ 45 mil. O valor inclui a taxa de franquia e os equipamentos. O franqueado fará a gestão do ponto e deverá disponibilizar funcionários, que ficarão do lado de fora da cabine, para auxiliar os pacientes.
Fonte: Pequenas Empresas Grandes Negócios – 31/08/2021
Por Paulo Gratão
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