Entidades estimam uma alta recorde de quase 16% nos contratos individuais, sob o argumento de um aumento nos gastos das operadoras. Especialistas acreditam que isso é um ‘efeito rebote’ da pandemia.
A expectativa do anúncio de um novo reajuste nos planos de saúde ainda esse mês está tirando o sono de muitos brasileiros. A preocupação é com a possibilidade de aumento recorde. Entidades como Federação Nacional de Saúde Suplementar, a FenaSaúde, e a Associação Brasileira de Planos de Saúde, a Abramge, estimam uma alta de quase 16% nos contratos individuais. Até então, o maior reajuste anual é de 13,57%, em 2016.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar, a ANS, ainda calcula o índice que será autorizado, mas se as previsões se confirmarem, consumidores como a Rita Fernandes não sabem se vão continuar pagando pelo serviço.
O reajuste anual é calculado com base nas variações das despesas com atendimento aos beneficiários, a intensidade de utilização dos planos e a inflação medida pelo IBGE. O Superintendente Executivo da Associação de Planos de Saúde, Marcos Novais, afirma que, em 2021, as despesas médicas das operadoras cresceram 23%.
Mas, para o Idec, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, o reajuste não se justifica. O órgão afirma que, nos últimos anos, não houve aumento de custos justificáveis para gerar aumento. Além disso, o instituto alega que o número de clientes aumentou com a pandemia. Apenas entre dezembro de 2019 e março de 2022, quase 2 milhões de brasileiros contrataram o serviço.
O professor do Centro de Estudos em Saúde da Fundação Getúlio Vargas, Walter Cintra, explica que, com a pandemia, as despesas das operadoras caíram. Para ele, o reajuste previsto para esse ano é um “efeito rebote” do desconto de 8% autorizado no ano passado.
Após a definição do percentual, o reajuste será aplicado pelas operadoras a partir da data de aniversário do contrato. A base anual de incidência é de maio a abril do ano seguinte.
Fonte: CBN – 13/05/2022
Por Rayssa Cerdeira
Conteúdo publicado originalmente na CBN
(https://cbn.globoradio.globo.com/media/audio/375421/vesperas-de-um-novo-reajuste-brasileiros-temem-nao.htm)
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