Os caminhos para que as operadoras de planos de saúde atendam à demanda reprimida da população por uma assistência à saúde de qualidade.
Em meio à maior crise sanitária de nossa geração, que joga luz sobre os sistemas de saúde de todos os países, a Abramge completa 55 anos de existência e atuação. Mesmo com o amadurecimento do setor e da regulação, avanços ainda são necessários, e a entidade continua a defender caminhos para que as operadoras atendam à demanda reprimida da população por uma assistência à saúde de qualidade.
É preciso criar mecanismos para que o sistema seja mais inclusivo, e as pessoas que estão fora da saúde suplementar sejam incluídas. Nosso propósito é esse: acesso e sustentabilidade, entregando cuidado de qualidade para um número cada vez maior de beneficiários. Ao dar assistência a mais cidadãos, reduzimos o peso sobre o SUS que, por sua vez, poderá atender melhor as pessoas que dependem exclusivamente da saúde pública.
Com a pandemia, os brasileiros passaram a valorizar ainda mais os planos de saúde. Isso pode ser notado pela curva de crescimento registrada desde agosto de 2020. Nossas estimativas são de avanço de 2,5% só em 2021, com o número de beneficiários atingindo 48,8 milhões. Mas ainda há muito a conquistar: menos de 25% da população brasileira possui plano de saúde.
A atenção às necessidades e desafios de todas as operadoras associadas também se destaca como marca da Abramge nesses 55 anos. O suporte técnico, econômico, jurídico, legislativo e de comunicação oferecido a elas é primordial. Tanto para as maiores, em relação ao protagonismo conquistado pela entidade como uma das representantes institucionais do setor, quanto para as médias e pequenas, cujas estruturas são mais enxutas. Ao mesmo tempo em que estamos discutindo um determinado tema setorial abrangente, de grande impacto para os beneficiários e as operadoras, tratamos de questões mais operacionais, caso a caso, juntamente à agência reguladora e outros órgãos públicos.
Por sinal, agora em 2021, a Abramge conquistou a ISO 9001. Trata-se de uma demonstração de excelência operacional e aprimoramento de sua governança. A certificação tem reconhecimento internacional e garante os melhores padrões na prestação de serviços e condução da missão da instituição. Quanto às nossas pautas atuais, somos grandes defensores da modernização das normas para fomentar a oferta de produtos diferenciados, a fim de democratizar o acesso à saúde suplementar. Da mesma forma, advogamos pela atualização do modelo de remuneração dos prestadores, reduzindo a prevalência do mero volume de procedimentos como elemento central do modelo (fee-for-service) e ampliando o papel dos desfechos clínicos e de qualidade de vida (value-based care). Há ainda a regulamentação definitiva da telessaúde no Brasil e a promoção de modelos assistenciais focados na coordenação do cuidado e na jornada do paciente.
Quando o Brasil se industrializava e a assistência médico-hospitalar surgia como o único benefício para os trabalhadores extensível aos familiares, o plano de saúde passou a fazer parte fundamental da função social das empresas. Materializava-se a filosofia das operadoras de conciliar a lógica social com a econômica, promovendo saúde e prevenindo doenças para investir e reinvestir permanentemente, aperfeiçoando os serviços prestados. Agora, seguimos essa lógica de uma maneira mais ampla.
Nossa visão é de um país em que o verdadeiro cuidado à saúde seja uma realidade para toda a população. E temos certeza de que a iniciativa privada e a Abramge, mais especificamente, têm um papel fundamental nessa construção. Afinal de contas, somos uma entidade que combina história com visão de futuro, guiada pela busca incessante da ampliação do acesso e da sustentabilidade.
Fonte: Medicina S/A – 22/10/2021
Por Renato Casarotti*
*Presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge).
Conteúdo publicado originalmente na Medicina S/A
(https://medicinasa.com.br/abramge-55anos/)