Planos de saúde têm 26 mil novos pacientes durante a pandemia

Medo de ser infectado pela Covid-19 acentuou procura pela segurança em ter atendimento mais rápido, em caso de gravidade da doença

Os cuidados com a saúde foram intensificados com a chegada da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Muitas pessoas contrataram um plano de saúde para ter assistência médica facilitada.

Somente no Estado foram cerca de 26 mil novos beneficiários de planos de saúde de março a novembro de 2020, segundo os dados da Sala de Situação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Em novembro havia 1.134.789 usuários no Estado, divididos entre planos coletivos, individuais e familiares ou empresariais. Em março, eram 1.108.768. Os dados de dezembro ainda não estão disponíveis.

Segundo a ANS, o setor registrou um aumento de beneficiários em planos de assistência médica em 18 unidades federativas. Já no segmento exclusivamente odontológico, 25 unidades federativas registraram aumento no comparativo anual.

O presidente da MedSênior, Maely Coelho, percebeu um acréscimo de 22% no ano passado se comparado com 2019, especialmente de usuários a partir dos 59 anos. Essa procura, segundo ele, persiste este ano.

“Muitos estão com receio da Covid-19 por serem do grupo de risco. Por essa razão, a demanda foi um pouco maior se comparada com anos anteriores”, destacou Maely.

Ele lembra que a procura também está atrelada a telemedicina. “Fomos os primeiros a usar a telemedicina. Isso tudo contribuiu para ajudar a fomentar o crescimento da nossa carteira”.

A aposentada Madalena Ramos da Silva Coelho, 84 anos, foi uma das que contratou um plano de saúde da MedSênior no ano passado. Quem fala sobre a decisão é a sua filha, a agricultora Célia Inacio Correia Oliveira, de 65 anos.

“Graças a Deus está tudo bem. Ela toma remédio para diabetes e pressão alta, mas está tudo controlado. O plano é uma segurança para todos”, disse a filha.

O coordenador de Vendas da Unimed Vitória, André Wobeto Spies, também observou um crescimento das vendas em 16% na operadora no último ano.

Entre os motivos, ele pontuou ações estratégicas adotadas, além da pandemia. “Algumas pessoas optaram por contratar um plano por medo. Temos entre 74% e 75% das pessoas sem plano de saúde no País. Em compensação, 50% dos leitos e aparelhos estão na saude suplementar. Isso leva as pessoas a buscarem a saúde suplementar em momentos como esse”.

Mudança antecipada

Em fevereiro do ano passado, já sabendo pelo irmão que mora nos Estados Unidos sobre o avanço da pandemia do novo coronavírus em outros países, o administrador Hamilton Luiz Silva, 39 anos, decidiu migrar para outro plano: Unimed Vitória.

Ele fez o plano para a família toda, incluindo a esposa Rosemary de Jesus, 36, os filhos Arthur e Enzo Silva, 8 anos e 14 anos, respectivamente.

Depois de 10 dias, testou positivo e chegou a ficar internado por três dias. “Passei sufoco, senti medo e achei até que iria piorar, mas graças a Deus estou curado.”

Influência da economia

A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) confirmou que existe um aumento no número de usuários e informou que o cenário econômico do País é o principal ponto de atenção na variação do número de beneficiários do sistema de saúde.

Por meio de nota, a associação disse: “O setor é diretamente impactado pelo número de empregos formais e renda da população, ou seja, a economia prosperando a saúde suplementar tende a crescer; ainda mais em um período onde as pessoas estão ainda mais preocupadas com a própria saúde.”

Mas a Abramge diz que não é só isso. “É importante lembrarmos, sempre, que, segundo diferentes pesquisas do Ibope encomendadas pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), o acesso a um plano de saúde é reiteradamente despontado como o terceiro maior desejo da população, ficando atrás somente de moradia própria e educação”, finaliza a nota.

Fonte: Tribuna (ES) – 11/01/2021

Por Eliane Proscholdt e Francine Spinassé

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