Fonte: DCI – 11/10/2016
O papel do setor de saúde privada no País é de extrema importância. De forma geral, se gasta mais de 10% do PIB com saúde e quem fica com a maior parcela dessa conta é o setor privado, que banca R$ 6 a cada R$ 10 investidos na área. Estima-se que hoje o sistema de saúde suplementar atenda perto de 50 milhões de vidas, o que corresponde a 24,5% da população do País.
Quando vamos para a saúde corporativa, temos dados ainda mais impactantes. O benefício de saúde pode representar até 11% da folha, o que o coloca como 2º maior custo dentro de uma grande empresa, ficando atrás apenas da própria folha de pagamento. E é um custo que nunca regride, só aumenta. Isso porque, a variação dos custos médicos e hospitalares (VCMH), calculado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) sobe anualmente na casa dos dois dígitos, proporções maiores que a inflação, por exemplo. Em 2014, a saúde suplementar no Brasil ficou 16,5% mais cara. O último dado de 2015 foi o reajuste de cerca de 18,5%.
Assim, o maior desafio atual da saúde privada é o modelo de negócios. O pagamento por volume ficou obsoleto com o fim da alta inflação. E as operadoras e o setor todo ainda não encontraram nova maneira que atenda à nova realidade econômica. Até hoje as grandes operadoras vendem a reputação da sua rede própria credenciada, quando, na verdade, deveriam olhar para a necessidade de se retomar o atendimento de 1º nível, o que contribuiria com uma queda significativa nos custos, pois hospitalização e desperdício são fatores chave para o encarecimento.
É preciso conscientizar a sociedade sobre como usar melhor o benefício. É necessário focar esforços no pagamento das operadoras por resultado (e não por produção). Nas empresas, é hora de novas opções, como o pós-pagamento, que possibilita a correta administração dos recursos, ao invés do pré-pagamento, que faz com que a empresa, de partida, esteja perdendo capital ao partir de um spread de 25%. Em País que sofre com a retração, isso não pode existir. É preciso melhorar a eficiência. Para incluir a estratégia no setor, a saída está em soluções tecnológicas que integrem dados e os analise, tornando-os em informações úteis para o processo. Não dá mais para gerenciar saúde em planilhas de Excel.
You may also like
-
A regulamentação da telessaúde e a resolução do CFM para telemedicina
-
Planos de saúde devem ficar R$ 128 mais caros, em média, neste ano no Brasil
-
Planos de saúde: Com tecnologia e estratégia regional, operadoras voltam a vender contratos individuais
-
Planos de saúde disparam, e empresas vão à Justiça contra operadoras para impedir reajustes
-
ESPECIAL: Disparada de insumos na pandemia gera custo recorde e leva planos de saúde a prejuízo