“Um quarto de século de inovações e transformações no mundo e no mercado odontológico”, por Roberto Cury, presidente da SINOG

Em 1996 ocorreu a primeira eleição no Brasil por meio do voto eletrônico. Era o segundo ano do primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, marcado pelo controle da inflação depois de muitos anos de hiperinflação.

Nesse momento, as operadoras de planos odontológicos que formavam uma comissão dentro da associação das empresas de planos médico-hospitalares funda a sua própria entidade, o SINOG – Sindicato Nacional de Odontologia de Grupo.

Daquela época para cá, com o aumento da representatividade junto ao segmento odontológico alterou sua identidade, passando a se chamar SINOG – Associação Brasileira de Planos Odontológicos, não se restringindo apenas às operadoras que atuam na modalidade de odontologia de grupo, mas todas as modalidades de operadoras que tenham planos exclusivamente odontológicos.

Ainda em 1996 o Governo Brasileiro começou a implantar as agências reguladoras que passaram a funcionar como autarquias federais com regime especial e com a função de regular e organizar atividades dos setores econômicos, como a Energia Elétrica (Aneel), Telecomunicações (Anatel), Petróleo (ANP).

Atualmente, o Brasil conta com 10 agências reguladoras, incluindo-se a ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar.

Naquele momento, a saúde suplementar ainda não era regulada, o que veio a acontecer apenas em 3 de junho de 1998, com a publicação da Lei 9.656 que é o marco da regulação do mercado de planos privados de assistência à saúde, incluindo os planos odontológicos.

Aliás, a lei tal e qual a conhecemos hoje só foi consolidada após 44 medidas provisórias que alteraram profundamente o texto original, muito disto em virtude de a regulamentação ter sido elaborada apenas com o viés para os planos médico-hospitalares.

Neste interim com as edições das MPs, a regulação foi se ajustando para poder abranger as várias modalidades de operadoras, dentre as quais as seguradoras especializadas em saúde, cooperativas médicas e odontológicas, autogestões, filantropias e as medicinas e odontologias de grupo.

Com a criação do marco regulatório da Saúde Suplementar, o surgimento da ANS no ano de 2000 foi fundamental para fazer cumprir a Lei 9.656/98 e todo o arcabouço de normativos infralegais que acompanharam a regulamentação.

Curioso saber que foi neste ano que o Google iniciou suas operações tornando a vida de milhões de pessoas mais fácil, rápida e dinâmica quanto à necessidade de efetuar pesquisas de todos os assuntos no universo digital.

Interessante imaginar também que, apenas quatro anos após a criação da SINOG foi lançada a primeira edição do seu prêmio com o objetivo de valorizar o trabalho da classe odontológica e fomentar o desenvolvimento de pesquisas, seja no setor acadêmico ou profissional.

Naquele momento, cerca de 2,15 milhões de brasileiros eram atendidos por planos odontológicos, número que dobra exatamente três anos depois, em um crescimento sensacional.

Isso era 2003, mesmo ano em que foi publicado o Estatuto do Idoso, instrumento que trouxe diversas garantias para os maiores de 60 anos, inclusive nas regras de reajuste por faixa etária em planos médicos e odontológicos.

Talvez uma primeira ação do governo que tenha demonstrado a visão da importância desse mercado ocorreu em 2004, com o lançamento da Política Nacional de Saúde Bucal pelo Ministério da Saúde.

Ano em que é lançado o Facebook e surge, pela primeira vez, a expressão ESG (Environmental, Social and Governance). A essa altura, mais de 5 milhões de brasileiros eram beneficiários dos planos odontológicos.

Em 2006, com dez anos de existência, a SINOG lança o SIMPLO, Simpósio de Planos Odontológicos, fórum de discussão totalmente voltado para esse mercado.

Significou um marco para as inovações e avanços de gestão e qualidade das operadoras. Mesmo ano que marcou o mundo com os ataques às torres gêmeas em Nova Iorque.

Um ano depois, a Apple lança o primeiro iPhone, aparelho que revolucionaria a forma de comunicação entre as pessoas.

Em 2009 ficou mais fácil trocar de plano (médico ou odontológico) com a regra de portabilidade instituída pela ANS, em um momento em que chegávamos a 13 milhões de brasileiros atendidos por planos odontológicos.

Estreitando o relacionamento com a ANS, em 2014 a SINOG entregou à agência seu primeiro documento contendo pleitos exclusivos para as operadoras odontológicas, tendo em vista o desequilíbrio do impacto regulatório neste segmento que é bem diverso do médico-hospitalar.

Neste ano já havia mais de 20 milhões de brasileiros assistidos pelas diversas operadoras de planos odontológicos.

Quando a atual gestão assumiu, em 2020, a SINOG levou a cada um dos diretores da ANS novo documento com as demandas do segmento odontológico para a melhoria da regulamentação, em continuidade e acréscimo ao que fora apresentado em 2014.

Como resultado, a Agência criou um grupo de trabalho composto por representantes de todas as diretorias para estudar e discutir as melhorias no segmento.

Trabalho esse concluído neste ano, 2021, quando mudamos nossa identidade para “a” SINOG – Associação Brasileira de Planos Odontológicos e lançamos o Movimento Julho Neon, em prol da democratização do acesso à saúde bucal da população brasileira.

Neste momento, mais de 28 milhões de brasileiros podem ter acesso à saúde bucal de qualidade por meio dos planos odontológicos.

São 25 anos de intensas transformações sociais, políticas, econômicas e produtivas no Brasil e no mundo. Cinco presidentes diferentes, incontáveis inovações tecnológicas de alcance mundial, mudanças na forma de gestão empresarial, descobertas na saúde e mudanças de estilo de vida das pessoas.

Não foi diferente com o setor dos profissionais de odontologia. Muitas inovações tecnológicas com ampliação de acesso, melhoria nos processos de gestão, população mais esclarecida, gestores mais conscientes da importância de saúde bucal de suas equipes, poder público mais preparado e aberto a conversas com o setor produtivo e um mercado mais unido e fortalecido.

Para uma organização conquistar longevidade, é preciso saber se adaptar às mudanças externas e aproveitar oportunidades.

Temos certeza de que essas características a SINOG desenvolveu ao longo de todo esse tempo, apontando tendências e apoiando a população, os profissionais da Odontologia e as operadoras desses planos.

Fonte: Health Care – 20/10/2021

Por Thales Silveira

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