Fonte: O Estado de S. Paulo – 25/11/2015
‘Ações devem simultaneamente evitar novos casos e tratar o que for possível; o pior que um governo pode fazer é sonegar informações’.
Por Maria Cristina Amorim
O Estado brasileiro tem muita experiência com o controle de doenças que atingem rapidamente determinadas populações, desde o tempo de Osvaldo Cruz. Historicamente, a estrutura governamental reage bem, está agindo adequadamente agora. Mas há uma recomendação: dar maior visibilidade às ações de controle e assistência e manter a população informada sobre a situação – medidas como estas reduzem a chance de pânico e aumentam a eficácia das ações.
É muito difícil tecer comparações internacionais quanto ao “tempo de reação” a um evento desta natureza. De todo modo, 739 casos é número grande, significa que o problema já está instalado e, portanto, as ações devem simultaneamente evitar novos casos e tratar o que for possível. O pior que um governo pode fazer é sonegar informações e inevitavelmente deixar que a “rede escândalo” tome o espaço, com notícias falsas ou distorcidas. Situações de crise devem ser enfrentadas com serenidade e transparência. Informar não é alimentar o pânico. A ação governamental não pode se limitar a alertar para os riscos de gravidez, mas informar aos cidadãos que os riscos aumentaram muito.
Neste contexto de crise econômica e redução drástica de despesas governamentais, o que mais preocupa é que burocratas de plantão não tenham sensibilidade para compreender a gravidade da situação, tratem os inevitáveis gastos extras como “despesas não planejadas” e obstruam ou atrasem as ações dos profissionais de saúde.
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