Especialistas alertam sobre imprecisão nos resultados dos testes rápidos de Covid

O teste mais apropriado para confirmar se a doença está ativa é o chamado de RT-PCR, que pesquisa o vírus ou partículas virais. O diagnóstico demora uns dias porque a análise é feita em laboratório

Neste momento em que o número de casos de Covid sobe, os especialistas voltaram a alertar a população para a imprecisão nos resultados dos testes rápidos de Covid.

É uma picadinha no dedo e, em poucos minutos, sai o resultado. Mas quem procura o teste rápido para descartar a doença precisa ter cuidado.

“O teste sorológico dá uma ideia do passado. Ele é sempre menos sensível, com maior chance de falso negativo e falso positivo que os testes convencionais de laboratório e, confiar nele, para falar que você não está infectado, não é real”, explica Melissa Valentini, infectologista.

Os exames feitos a partir do sangue do paciente, chamados sorológicos, são mais eficazes para detectar os anticorpos, que só costumam aparecer de dez a catorze dias depois dos sintomas. O teste mais apropriado para confirmar se a doença está ativa é o chamado de RT-PCR, que pesquisa o vírus ou partículas virais. O diagnóstico demora uns dias porque a análise é feita em laboratório. Esse teste tem mais chance de ser preciso quando é feito entre o terceiro e sexto dia de sintomas porque nesse período a carga viral é maior.

A procura por testes de Covid cresceu no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica, nos últimos 15 dias o aumento na testagem foi de 30% em relação a outubro. Cresceu também a quantidade de resultados positivos: 25%.

Os testes são essenciais, mas outros fatores também são levados em conta para o diagnóstico. O médico avalia os sintomas do paciente e pode pedir exames complementares, como radiografia do pulmão. Por isso, é importante que todo resultado seja analisado por médicos, mesmo que seja negativo.

“A testagem facilita o tratamento precoce, facilita o isolamento, o distanciamento para quebrar o ciclo de transmissão. Mas, quando feito de forma indiscriminada, sem argumentos clínicos ou epidemiológicos, se torna um exame de difícil análise e que, muitas vezes, atrapalha mais do que ajuda. Por exemplo, o exame negativo pode não descartar dar uma falsa sensação de segurança para o indivíduo, e ele não procurar um médico para tomar os devidos cuidados para si próprio. E mais: não tomar os devidos cuidados de distanciamento para evitar novas contaminações”, analisa Estevão Urbano, diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia.

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Fonte: Jornal Nacional (TV Globo) – 24/11/2020

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